Tinha pique, não tinha grana, agora grana e não pique, pense.....
Há 25 anos, o primeiro Hollywood Rock
Evento reuniu músicos brasileiros e astros do rock internacional
Rose Saconi
Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 1988, 19h30. O grupo Ira! abria, no sambódromo carioca, a primeira edição oficial do Hollywood Rock. Na noite de estreia apresentaram-se também Titãs e Pretenders. Na plateia, cerca de quatro mil pessoas, no máximo. "Pouca gente, se considerarmos que os organizadores do evento somavam mais de 15 mil e, na mesma noite, o Canecão lotou para assistir a estreia de Chico Buarque", observou a reportagem do Estado.
Depois de quatro noites do festival no Rio, foi a vez de São Paulo sediar mais quatro apresentações do evento, no estádio do Morumbi, com shows do Supertramp, Pretrenders, Simply Red, Duran Duran, Simple Minds, UB 40, Paralamas do Sucesso, Ira!, Titãs, Ultraje a Rigor, Lulu Santos e Marina Lima.
Os ingressos para a edição paulista do Hollywood Rock foram vendidos a Cz$ 600, Cz$ 1.100 e Cz$ 1.500. Utilizando-se como parâmetro o preço de uma edição do Estadão na época, esses valores se equivaleriam hoje a R$ 50, R$ 93 e R$ 125. Veja:
Impossível não lembrar de Tina Turner nessa véspera de show da Byoncé no Morumbi. As fotos acima, tiradas com 22 anos de diferença, mostram, além de pernas quilométricas e vestidos milimétricos, duas artistas no auge: Tina, no estádio do Pacaembu em 1988, e Beyoncé na festa do Grammy no último domingo. Apesar das semelhanças físicas e de outros pontos em comuns em suas carreiras, os shows das duas cantoras no Brasil serão marcados por uma grande diferença: o preço que seus fãs terão desembolsados para ficar perto de suas divas.
Enquanto um fã de Tina precisou de o equivalente a R$ 70 de hoje para ficar bem à sua frente no palco do Pacaembu, quem quiser ficar à mesma distância da moça das onipresentes Single Ladies eHalo terá que gastar pelo menos quatro vezes isso, se tiver carteira de estudante. O ingresso para a pista premium – o latifúndio cercado pelos produtores no lugar nobre do show - custa R$ 600, que daria para oito ingressos de pista no megashow de Tina, naquele fim de anos 80 vivendo novamente o grande sucesso que já havia experimentado anos antes quando se apresentava em dupla com seu genial e problemático marido Ike.
Na comparação de preço dos ingressos nas tabelas abaixo é possível perceber a explosão dos preços causada pela lei da meia-entrada para estudantes e também pela proliferação das áreas vips nesses tipos de espetáculos.
Tina Turner – Pacaembu – 09 e 10/01/1988
O Estado de S. Paulo, 6/1/1988
Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 1988, 19h30. O grupo Ira! abria, no sambódromo carioca, a primeira edição oficial do Hollywood Rock. Na noite de estreia apresentaram-se também Titãs e Pretenders. Na plateia, cerca de quatro mil pessoas, no máximo. "Pouca gente, se considerarmos que os organizadores do evento somavam mais de 15 mil e, na mesma noite, o Canecão lotou para assistir a estreia de Chico Buarque", observou a reportagem do Estado.
O Estado de S. Paulo, 8/1/1988
Depois de quatro noites do festival no Rio, foi a vez de São Paulo sediar mais quatro apresentações do evento, no estádio do Morumbi, com shows do Supertramp, Pretrenders, Simply Red, Duran Duran, Simple Minds, UB 40, Paralamas do Sucesso, Ira!, Titãs, Ultraje a Rigor, Lulu Santos e Marina Lima.
O Estado de S. Paulo, 13/1/1988
Os ingressos para a edição paulista do Hollywood Rock foram vendidos a Cz$ 600, Cz$ 1.100 e Cz$ 1.500. Utilizando-se como parâmetro o preço de uma edição do Estadão na época, esses valores se equivaleriam hoje a R$ 50, R$ 93 e R$ 125. Veja:
Quanto vale o show
blog edemundo Leite, Estadão
Impossível não lembrar de Tina Turner nessa véspera de show da Byoncé no Morumbi. As fotos acima, tiradas com 22 anos de diferença, mostram, além de pernas quilométricas e vestidos milimétricos, duas artistas no auge: Tina, no estádio do Pacaembu em 1988, e Beyoncé na festa do Grammy no último domingo. Apesar das semelhanças físicas e de outros pontos em comuns em suas carreiras, os shows das duas cantoras no Brasil serão marcados por uma grande diferença: o preço que seus fãs terão desembolsados para ficar perto de suas divas.
Enquanto um fã de Tina precisou de o equivalente a R$ 70 de hoje para ficar bem à sua frente no palco do Pacaembu, quem quiser ficar à mesma distância da moça das onipresentes Single Ladies eHalo terá que gastar pelo menos quatro vezes isso, se tiver carteira de estudante. O ingresso para a pista premium – o latifúndio cercado pelos produtores no lugar nobre do show - custa R$ 600, que daria para oito ingressos de pista no megashow de Tina, naquele fim de anos 80 vivendo novamente o grande sucesso que já havia experimentado anos antes quando se apresentava em dupla com seu genial e problemático marido Ike.
Na comparação de preço dos ingressos nas tabelas abaixo é possível perceber a explosão dos preços causada pela lei da meia-entrada para estudantes e também pela proliferação das áreas vips nesses tipos de espetáculos.
Tina Turner – Pacaembu – 09 e 10/01/1988
. ingresso preço jornais preço atual Arquibancada Cz$ 400 14 R$ 35 Pista e cadeira Cz$ 800 27 R$ 68 Cadeira cativa Cz$ 1.200 40 R$ 100 Preço jornal época: Cz$ 30,00 | Preço jornal atual: R$ 2,50. Beyonce – Morumbi – 06/02/2010 .ingresso jornais preço Arquibancada 1 28 R$ 70 Arquibancada 2 56 R$ 140 Pista 80 R$ 200 Cadeira 1 80 R$ 200 Cadeira 2 120 R$ 300 Cadeira 3 140 R$ 350 Cadeira 4 160 R$ 400 Cadeira 4 200 R$ 500 Pista Premiun 240 R$ 600 Preço jornal época: R$ 2,50 | Preço jornal atual: R$ 2,50 . Claro que todo mundo gostaria de assitir a um show em estádio – que é uma sensação inegualável por vários aspectos – com o conforto e a comodidade de um teatro ou de uma casa de shows. E é mais que legítimo se cobrar mais caro por isso. Porém, parece haver uma distorção, que não é só por causa da meia-entrada, quando um show em estádio passa a custar mais que em locais menores, como mostram os posts abaixos. Pelo menos não é nada que se compare aos US$ 2 milhões que o filho do ditador líbio Muammar Kadafi pagou por um pocket-show de Beyonce na virada do ano. Cálculo Na tentativa de comprovar a percepção geral de que os ingressos estavam bem mais caros que antigamente sempre esbarrava nas inúmeras trocas de moedas e períodos de inflação estratosférica que o Brasil atravessou. A solução então seria encontrar um indexador que desse conta da comparação de diferentes períodos e ao mesmo tempo fosse de fácil compreensão. Depois de tentar o dólar e outros índices econômicos, optei por usar um que estava à mão no próprio material pesquisado: o preço de um exemplar de jornal. Assim, para chegar aos valores em reais expressos nas tabelas foi usada uma fórmula simples, semelhante ao índice Big Mac. Só que, em vez de tomar o sanduíche como parâmetro, tendo o preço de uma edição semanal de dia de semana do Estadão na época dos shows. No caso de Tina, por exemplo, calcula-se quantos exemplares de jornais seria possível comprar com o preço dos ingressos: Cz$ 800 (ingresso) / Cz$ 30 ( jornal época) = 27 (nº de exemplares) x R$ 2,50 (jornal atual) = R$ 68 (preço atual aproximado) Quando o resultado não saiu exato, o valor decimal foi arredondado para cima, tanto no número de exemplares quanto no preço atual. Memória Dos shows listados abaixo, gostaria de ter ido a todos. Na medida do possível tentarei complementar algum desses posts com textos, imagens e links. Quem quiser, também pode contribuir complementando com informações ou relatos através dos comentários. Dos que fui, tentei recuperar alguma lembrança material, como os ingressos ou a curiosa fita preta com o nome da banda de Mick Jagger escrito errado (e para esclarecer desde já: não usei a fita na cabeça. Comprei como souvenir de um camelô, já que os bilhetes eletrônicos de entrada ficavam na catraca e não tinha nada para ficar como lembrança desse que foi um dos maiores shows que já assisti.)
Comentários
Postar um comentário