Denise Mello em 23/03/2011 - 16:07

Detesto a sensação de ser enganada. E, com certeza, isso não é algo que irrita apenas a mim. Quem gosta de ser feito de idiota? Mas essa história de que “todos são inocentes até se prove o contrário” é a coisa mais politicamente correta e chata que inventaram.

Todos os dias tem alguém querendo nos enganar. Puxem pela memória. Quantas vezes assistiram políticos com cara e jeito de corrupto, colocando dinheiro na cueca, nas meias diante de câmeras ocultas, com muito mais dinheiro do que seus salários lhes daria e, com a maior cara de pau, declararem que não é o que estão pensando, que é herança, dinheiro da família da mulher, e por aí vai? Quantas vezes vimos bandidos, assassinos, rindo na nossa cara dizendo que são inocentes e que, apesar de todas as evidências, não jogaram sua filha pela janela, não mataram sua esposa com inúmeras facadas ou nem torturaram seu enteado?

Vamos, puxem pela memória. Quantos deputados, comerciantes, advogados, jornalistas, foram flagrados trançando as pernas de bêbados... e mataram, e atropelaram, e depois apareceram de barba feita, cabelo arrumado, dizendo que não era bem isso, que as vítimas provocaram o acidente e que não beberam uma gota de álcool sequer? E a história das multas? O diretor disse que apagou, mas veio gente de todo lado dizendo que não é isso não, ninguém apaga multa, é impossível...

Mas lá estamos nós, jornalistas éticos, colocando os dois lados da questão mesmo, muitas vezes, tendo a absoluta certeza de que estamos sendo enganados e apenas passando a enganação adiante. Claro que não temos que julgar ninguém. Cada um que lê, ouve ou assiste a notícia, que tire suas próprias conclusões. O que questiono aqui é a política do “me engana que eu gosto”, ou melhor, “detesto”.

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