ERRO CRASSO

Em 59 a.C, o poder em Roma foi dividido entre três figuras: Júlio César, Pompeu Magnus e Marco Licinius Crasso. Enquanto os dois primeiros eram notáveis generais, que ampliaram os domínios romanos, Crasso era mais conhecido pela sua riqueza do que por seu talento militar: César conquistou a Gália (França), Pompeu dominou a Hispânia (Península Ibérica) e Jerusalém, por exemplo. Crasso tinha, assim, uma idéia fixa: conquistar os Partos, um povo persa cujo império ocupava, na época, boa parte do Oriente Médio - Irã, Iraque, Armênia e outros, conta o professor de Letras da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) Robert Levonian.
À frente de sete legiões, ou 50 mil soldados, confiou demais na superioridade numérica de suas tropas. Abandonou as táticas militares romanas e tentou atacar simplesmente - na ânsia de chegar logo ao inimigo, cortou caminho por um vale estreito, de pouca visibilidade. As saídas do vale, então, foram ocupadas pelos partos e o exército romano foi dizimado - quase todos os 50 mil morreram, incluindo Crasso.

A bobagem feita por Crasso, virou, em várias línguas, sinônimo de estupidez. Levonian explica que a expressão "erro crasso" é parente de outras, como "calcanhar de aquiles" ou "vitória de pirro", ambas que remetem a histórias da antiguidade. "Elas se disseminaram principalmente no século XIX e no início do século passado. Estudar Grécia e Roma era comum, e esses acontecimentos acabavam se transformando em expressões na boca de quem queria demonstrar certa erudição", comenta o professor da Ulbra.

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