O reflexo do visual na reputação profissional


BERNT ENTSCHEV - COLUNA@DEBERNT.COM.BR

Gostando ou não, você terá que aceitar (ou engolir) o fato de que as aparências importam, sim. Não 
estou falando de beleza, mas sim de vestimentas e porte profissional. Esses dois quesitos, quando não estão de acordo com a empresa, podem causar resultados indesejados à imagem do profissional e da companhia em que ele trabalha.

Tudo depende da empresa, do momento e da profissão. Algumas são mais flexíveis e permitem o uso de trajes informais. Porém, em reuniões com clientes, eventos profissionais, negociações, visitas e prospecções, entrevistas, apresentações de resultados, o mais adequado ainda é o traje formal.

Certa vez, compareci a um evento profissional importante. Fui, com alguns colegas, como convidado. Lembro-me que haveria uma apresentação e então um jantar. Cheguei cedo e sentei à mesa com alguns conhecidos. Como o evento era formal, todos os homens estavam de terno e gravata, e todas as mulheres também estavam vestidas formalmente. Quando o evento começou, o presidente da empresa fez um breve discurso e convidou um de seus funcionários para dar continuidade e prestar homenagem a um senhor que havia falecido – um dos fundadores da empresa.

O funcionário estava de calça jeans e camisa, o que causava um grande contraste com o resto das pessoas que usavam trajes formais. Ele era muito expansivo e tentou fazer piadas que não combinavam com a situação. Foi um momento muito estranho e, de certa forma, constrangedor. Uma das pessoas que estava na mesa em que eu sentava, e que, se eu não me engano, era da família do homenageado, comentou que aquilo era desrespeitoso à memória de seu parente. Ele estava certo, afinal, era um momento solene e que deveria ter sido abordado de maneira diferente.

Ninguém entendeu ao certo o que aquele profissional estava fazendo ali e houve um sentimento geral do que chamamos de “vergonha alheia”. Porém, mais do que isso, ele ficou marcado como alguém sem profissionalismo e imaturo. Não sei se era competente em seu trabalho, se era o melhor na sua área ou se tinha estudado na melhor universidade local. O que sei é que seu comportamento e suas roupas transmitiam a imagem de alguém desleixado e desrespeitoso. Pode ter sido a única vez em que ele passou por isso. Pode ser que ele tenha sido escolhido de improviso e não soube ao certo o que falar. Mas essa primeira impressão que ele deixou em centenas de profissionais e executivos foi de falta de comprometimento e seriedade com o momento.

Quem sofreu com isso foi o profissional, que perdeu credibilidade perante o público que o assistia, e também a empresa que oferecia o evento. Tudo isso poderia ser evitado com traje e comportamento adequados para o momento – é uma questão de branding pessoal. No artigo de terça-feira desta semana falarei mais sobre esse assunto e como você pode fazer para não entrar numa fria como essa. Até lá!

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