Tecnologia de videoconferência evolui e esquenta a disputa entre empresas como Google, Cisco e Polycom por um mercado de US$ 2,7 bilhões.


O Youtube corporativo


Por João VARELLA
Marcar uma reunião em São Paulo com Pierre Rodriguez, vice-presidente para a América Latina da empresa americana de tecnologia Polycom, não significa necessariamente encontrá-lo pessoalmente. É provável que o executivo prefira ficar no Rio de Janeiro, em seu escritório, e participar do encontro através de uma videoconferência. Mas não se trata de recorrer a um simples monitor visual. Desenvolvido pela Polycom, o sistema que Rodriguez utiliza faz uma espécie de teletransporte dos profissionais que desejam cumprir vários compromissos no mesmo dia em diferentes pontos do planeta. A nitidez da imagem é tal que dá a impressão de que os interlocutores estão no mesmo ambiente ou, no máximo, do outro lado de uma janela. 
 
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Sem fronteiras: da mesa de seu escritório, Pierre Rodriguez, da Polycom, faz reuniões
com equipes espalhadas por todo o mundo
 
Se a reunião contiver mais de um participante, a câmera dos aparelhos enquadra e ajusta o áudio de acordo com a voz de quem fala. “A ideia da videoconferência é fazer o usuário não pensar na tecnologia”, afirma Rodriguez. Mas será mesmo possível? Empresas como Polycom e rivais, entre elas Cisco, Google e Lifesize, acreditam que sim. A Polycom, por exemplo, lançou neste mês uma série de serviços de videoconferência, um mercado que faturou US$ 2,7 bilhões em 2011 no mundo, segundo dados do IDC. A avaliação da empresa é que a demanda por soluções sofisticadas de videoconferências vai se acelerar em função do aumento dos negócios globais, que exigem contato entre profissionais de diferentes países. 
 
Entre os novos serviços, um dos destaques é uma espécie de YouTube corporativo. O sistema permite que os clientes coloquem numa intranet trechos de reuniões, com a realização de buscas conforme o conteúdo. Se um arquiteto ministrou uma aula sobre esquadrias, por exemplo, será possível encontrar o vídeo por meio de palavras-chave que o profissional tenha dito, como “alumínio”. Esse sistema é similar ao da Cisco. Alguns equipamentos da rival, no entanto, já têm até mesmo a capacidade de reconhecer quem está diante da câmera. “O objetivo agora é conectar os smartphones”, afirma Ricardo Ogata, gerente de marketing da Cisco. 
 
No campo dos celulares inteligentes, a Polycom hoje já conecta seus equipamentos e serviços com usuários de Skype, Facebook e Google Talk, entre outros serviços. “A conexão passa a ser intermediada pelo navegador, o que permite virtualmente a qualquer dispositivo que acesse a internet abrir o conteúdo”, afirma Rodriguez. Isso abre o caminho para que outros dispositivos móveis, como tablets, também participem de videoconferências. “O 4G vai impulsionar esse ramo no Brasil”, diz. Ao abraçar também a área de celulares, a Polycom passa a concorrer com gigantes do porte do Google. A empresa de internet tem uma linha de produtos chamada App For Business que cobra apenas US$ 50 por mês para dar aos clientes um leque de soluções. 
 
Entre elas está o Hangout For Business, que promete conexões seguras com até dez câmeras. “O contrato prevê que o Google dá total segurança para o cliente”, diz Fernando Teixeira, diretor de vendas do Google na América Latina. Com essa solução, o Google acena para as pequenas e médias empresas. É o mesmo público buscado pela Lifesize, divisão de videoconferências da Logitech que vende hardwares. Segundo Paulo Cardoso, diretor-geral da Lifesize no Brasil, as pequenas e médias são o filé-mignon dos negócios, pois são mais sensíveis aos gastos com viagens. Esse setor faz a empresa crescer fortemente no País – em 2011, a Lifesize faturou US$ 150 mil, valor que deverá multiplicar por dez neste ano. “O jeito de fazer reunião mudou e vai continuar mudando”, afirma Cardoso. 
 
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