"A Batalha de Argel"



Não é difícil entender por que "A Batalha de Argel" (65) foi proibido durante muitos anos em diversos países, inclusive no Brasil. Ao adotar um registro documental para recriar a luta pela independência da Argélia, o diretor e roteirista italiano Gillo Pontecorvo fez uma cartilha sobre a ação política em forma de guerrilha e sobre os mecanismos da repressão que tenta sufocá-la.Embora seja ingênuo acreditar que ensine a fazer uma coisa ou outra, o filme abre parte da "caixa preta" que, hoje conhecida em detalhes, ainda não era de domínio público nos anos 60. Muito sangue correu, de 1954 a 1962, na batalha dos nacionalistas argelinos contra os colonizadores franceses. De um lado, a Frente de Libertação Nacional (FLN) adotava estratégia agressiva. De outro, militares franceses torturavam militantes da FLN e invadiam Kasbah, o bairro árabe da capital.Rodado em Argel, com facilidades oferecidas pelo governo, reverencia alguns dos heróis da independência, mas dá atenção também aos militares franceses, com destaque para o oficial que comanda a operação contra a FLN. "Por que os (Jean-Paul) Sartres estão sempre do outro lado?", pergunta ele, ao saber que o escritor publicara artigo simpático à independência argelina. Precisa responder?

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