Caetano Veloso - Alegria, Alegria


Biografia

Nascido na Bahia, é o quinto dos oito filhos de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios falecido em 13 de dezembrode 1983 aos 82 anos, e Claudionor Viana Teles Veloso (Dona Canô), nascida em 16 de setembro de 1907. Ele escolheu o nome da irmã, inspirado em uma canção famosa da época (18 de junho de 1946) na voz do cantor Nélson Gonçalves, Maria Bethânia, do compositor Capiba. Na infância, foi fortemente influenciado por arte, música, desenho e pintura; as maiores influências musicais desta época foram alguns cantores em voga na época, como "o rei do baião" Luiz Gonzaga, e músicas de maior apelo regional, como sambas de roda e pontos demacumba. Em 1956 freqüentou o auditório da Rádio Nacional, na capital fluminense, que contava com apresentações dos maiores ídolos musicais brasileiros. Em 1960 mudou-se para Salvador, onde aprendeu a tocar violão. Apresentou-se em bares e casas noturnas de espetáculos. Nesta época, o interesse por música se intensificou.



alegria, alegria

caetano veloso

Composição: Caetano Veloso

Caminhando contra o vento Sem lenço e sem documento No sol de quase dezembro Eu vou... O sol se reparte em crimes Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou... Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e Brigitte Bardot... O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou... Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não, por que não... Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço e sem documento, Eu vou... Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Eu vou... Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome, sem telefone No coração do Brasil... Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou... Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não... Por que não, por que não...


Composição

Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso de A Banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no Festival de música da Record do ano anterior, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo, queria que fosse uma música contemporânea, pop, lidando com elementos da cultura de massa da época.

A letra possui uma estrutura cinematográfica, conforme definiu Décio Pignatari, trata-se de uma "letra-câmera-na-mão", citando o mote doCinema Novo. Caetano ainda incluíu uma pequena citação do livro As Palavras, de Jean-Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos".

Como a idéia do arranjo incluía guitarras elétricas, Caetano e seu empresário na época, Guilherme Araújo convidaram o grupo argentinoradicado em São Paulo Beat Boys. O arranjo foi fortemente influenciado pelo trabalho dos Beatles.

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Apresentação no Festival da Record

Apresentada pela primeira vez no Festival da Record daquele ano, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira devido a simples presença de guitarras. No ambiente político-cultural da época, setores de esquerda classificavam a influência doRock como alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no Parque no mesmo festival.

Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações favoráveis superando as facções mais xenófobas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.

Com o improvável sucesso de Alegria, Alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para a fama, e sua carreira posterior só confirmado sua popularidade.

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