Maria Eva Duarte

Maria Eva Duarte, 07 de maio de 1919, Los toldos, filha ilegítima de Don Juan Duarte, proprietário de terras que havia comprado sua mãe, a bela Juana Ibarguren com um jumento e uma carroça, três irmãs e um irmão ,Juancito, morando agora em Junin, província de Buenos Aires, as irmãs tiveram bons casamentos.

Aos 15 anos em 02 de Janeiro de 1935 foi com o cantor Augustin Gamaldi, seu primeiro amante, para a capital, Buenos Aires, a Paris da América do Sul, que arruinada pela crise de 29-30 dependia das exportações de carne e trigo.

Sem real talento ou extraordinária beleza valendo-se de sua obstinação batia incansavelmente ás portas dos teatros, seduzida por diretores, atores, amantes pontuais.

Em 1939 conseguiu se fixar como atriz radiofônica interpretando heroínas chorosas de novelas semelhantes às que haviam forjado sua ambição e encontravam as ideias que propiciaram o golpe de quatro de junho de 1943 que instaurou no país um governo militar, defensor de teses próximas ao nazismo.

A censura nas rádios era feita pelo Coronel Aníbal Imbert que participava um grupo de oficiais, o GOU (Grupo de Oficiais Unidos), logo se tornou seu amante.

No GOU estava um líder de influência crescente, egresso de uma estada na Itália de Mussolini: o coronel Juan Domingo Perón.

Em 15 de Janeiro de 1944 houve um terremoto na cidade de São Juan e na semana seguinte com a mobilização popular organizou-se espetáculo para angariar fundos de reconstrução pelo secretário do Ministério do Trabalho, coronel Peron, 48 anos, tb filho ilegítimo, viúvo, maquiavélico, recém chegado de vivencia com Mussolini. Eva, como artista, participou encontrando modo de se ligar ao coronel ainda nesta noite.

Eva completava Peron que sabia de sua iniciação ao fascismo na Itália que o poder vinha dos sindicatos e do rádio. Eva era conveniente. Eva pouco sabia do fascismo, mas sabia ser contra os proprietários de terra, como seu pai, Juan Duarte.

Foi galgando postos, de secretário do Ministério do Trabalho, Ministro da Guerra, Vice-presidente. O Exercito vendo “perigo” prenderam Peron na Ilha Martin Garcia, em 17 de Outubro de 1945 o povo em massa exigiu a libertação de Peron, 4 dias depois casou com Eva e onze meses depois foi eleito presidente com esmagadora maioria de votos.

Predestinação?

Eva tinha agora que deixar o papel de atriz, em 1945 fez o papel de “Benfeitora do Povo” em filme “La Pródiga”, o personagem “a Senhora” “Benfeitora do Povo” agora era real.

Em 1944 para outro papel tinha clareado os cabelos, um loiro de mulher que ascendeu, que a fazia escapar da maldição de Los Toldos, da avó Petrona em seu rancho de miséria: na Argentina da época o loiro se confundia com status, morena era insignificante, loira, uma criatura luminosa, uma criatura onde a propaganda Peronista iria se apoiar, no papel de mãe e santa.

O seu registro de nascimento foi adulterado de Eva Maria Ibarguren, nascida em Los Toldos em 1919 por Eva Maria Duarte, nascida em Junin em 1923. Caso mantivesse a primeira data, não obteria “legitimidade” pois naquela época a esposa de Peron ainda era viva.

O povo impulsionava Juan Peron, gritava na Praça de Mayo e Peron teve de responder ao chamado, Eva compreendeu e encarnou os personagens.

Em 1947 Eva foi oficialmente convidada para visitas França, Suiça, Espanha e Itália de onde voltou produzida mas o erros no falar permaneciam, voltou com câncer no ovário, como morreu a esposa de Peron, decidiu não se tratar.

Criou a Fundação Eva Peron, trabalhava 18 horas por dia, distribuía tudo aos pobres, recebia 12 mil cartas diariamente.

Fundou o Partido Peronista Feminino, as mulheres tiveram em 1947 direito de voto.

Morre em 26 de Julho de 1952.

ARCHIVO DIFILM película La Prodiga con Eva Duarte



Não foi exibido no Brasil e hoje servem mais uma curiosidade as imagens desse filme que mostra o lado atriz de Evita Peron, que segundo os inimigos foi bem melhor atriz no papel de primeira-dama e "madre de los descamisados" do que em melodramas como esse


Imagens de outro filme estrelado por Evita, La Cabalgata del Circo, em que aparece como de vestido xadrez. Os originais ficaram perdidos durante muito tempo (vergonha do passado da primeira-dama?) e só foram recuperadas nos anos 1980.

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