Gap Year. Fazer um intervalo na vida para decidir o futuro

Gap Year uma Tendência em Crescimento…Porque Será?

Gap Year Deixa Recordações para Toda a Vida...
Gap Year Deixa Recordações para Toda a Vida...
Copio artigo e comentário.


Mergulhar com tubarões, meditar com o Dalai Lama ou dar a volta ao mundo. Um ano por sua conta, para fazer o que quiser. Sem horários nem obrigações. Os ingleses inventaram o conceito e chamaram-lhe gap year, uma espécie de ano sabático, que é feito antes de se entrar na faculdade ou de começar a trabalhar. Todos os anos, cerca de 200 mil ingleses partem de mochila às costas para uma aventura que os torna mais independentes e os ajuda a decidir o que vão fazer no futuro. “É muito importante para o crescimento pessoal. Libertam-se da pressão de fazer tudo de carreirinha, sem pensar bem no que estão a fazer. Orientam a própria vida, sem seguirem os desejos de terceiros. Aprendem a desenrascar-se sozinhos e encontram a sua vocação, porque viraram-se para dentro à procura de respostas”, explica a psicóloga Catarina Mexia.

Nuno Rodrigues Foi jardineiro, trabalhou nas obras, surfou as maiores ondas da sua vida e foi roubado várias vezes. Em 12 meses, Nuno Rodrigues viveu muito mais do que em 25 anos. No dia em que acabou os exames do curso de Marketing e Publicidade, no IADE, arrancou para o México, onde iniciou uma volta ao mundo. Chegou a Portugal há pouco mais de dois meses e os seus olhos ainda brilham quando fala da viagem. “Sempre cumpri as minhas obrigações e precisava de um ano para viajar sozinho. Aprendi a descomplicar a vida, conheci-me melhor e encontrei pessoas espectaculares.” Na Costa Rica conheceu um dentista com quem viajou durante duas semanas e até lhe arranjou os dentes. No Peru decobriu o taxista mais simpático de sempre, de quem ficou amigo. Na Austrália aprendeu o valor do trabalho. Foi trolha, trabalhou 14 horas por dia e conheceu um antigo surfista que lhe deu casa durante semanas. Nessa altura, descobriu um novo interesse: jardinagem. Pelo caminho foi assaltado, perdeu os cartões de crédito, ficou doente, mas não trocava isso por nada. Diz que veio menos materialista, que dá mais valor ao que tem e que a viagem lhe é útil no trabalho. “Estou na área de branding, onde as ideias são tudo.”

Francisco Guimarães Com um mapa mundo à frente e a pergunta: onde começar? Foi assim que Francisco Guimarães decidiu o que ia fazer no seu gap year. Tinha terminado o 12º ano, mas não sabia o que seguir. A ideia de viajar surgiu numa conversa com a mãe e quando deu por si já estava na associação AFS a escolher os países onde ia aprender inglês. Primeira paragem, Reino Unido. Depois, seguiu-se a Austrália e a Nova Zelândia. “Já que ia para fora durante seis meses, aproveitei para aperfeiçoar o meu inglês. Mas aprende-se muito mais que isso. Superamo-nos a nós próprios, saímos da zona de conforto e tornamo-nos mais independentes”, explica. Com 18 anos, teve de cozinhar, tratar da roupa, gerir dinheiro, e correr o mundo. Foi há quatro anos, mas não se esquece dos dias na Austrália. “É um país completamente diferente. Experimentei coisas fantásticas. Mergulhei com tubarões, fiz desportos radicais, como descer de rafting uma cascata de sete metros, vi animais incríveis e conheci pessoas de todo o tipo de culturas.” Quando regressou, Francisco vinha de “cabeça aberta” com a certeza do que queria seguir: engenharia e gestão industrial. “Quero criar algo novo.”

Maria da Silveira Ribeiro A professora, de 56 anos, foi uma das pioneiras do gap year. Em 1960, com apenas 17 anos, Maria da Silveira Ribeiro deixou Moçambique, onde vivia com os pais, e foi para a “Lady Stanley Girls Club”, na Rodésia do Sul, actual Zimbabué. “Foi o ano que definiu a minha vida em termos profissionais. Se gostava de inglês e alemão, passei a gostar ainda mais. Conheci imensas pessoas diferentes, diverti-me e aprendi muito.” Foi um ano tão bom, que ainda hoje se recorda dos pequenos-almoços. Também foi uma espécie de acordar político para as injustiças, pois sentiu na pele o apartheid. Num café recusaram-se a servi-la. Maria nem queria acreditar. “Porquê?” A resposta ainda a deixou mais perplexa: “São ordens do gerente”. “Como estava muito bronzeada, acharam que era mulata e não me serviram. Fiz queixa ao cônsul e a história apareceu no jornal.”

Maria João Frade Partiu jornalista, recém-licenciada em comunicação social, e dois anos depois regressou professora de ioga e de surf. Maria João Frade fez um gap year a dobrar para perceber de facto o que queria da vida. Partiu sem destino preciso, sem hotéis marcados, sozinha e com uma vontade imensa de conhecer o mundo. Primeira paragem foi a Índia, onde estudou budismo tibetano. O melhor momento foi ouvir os ensinamentos de Dalai Lama, ao vivo e a cores. “Aprendi várias coisas nesta viagem. O principal é que nunca estou sozinha e que as nossas verdades não são absolutas. Aprendi muito mais a viajar do que na faculdade.” Maria João Frade visitou a Indonésia e foi por pouco que escapou ao Tsunami de 2003. Nunca teve medo de se sentir sozinha e sabia bem como se defender. “A minha regra de ouro era não chegar de noite aos sítios. Mas na Indonésia fui perseguida por um homem. A tremer de medo, confrontei-o e ele desapareceu.” Defende que foi uma fase importante de crescimento. “Percebemos os nossos limites e abrem-se janelas no cérebro. Percebi que queria continuar ligada ao budismo, à ioga e que nunca teria um emprego das 9h às 17h.” E deixa o conselho: “Toda a gente tem força para uma viagem destas. Basta querer, juntar dinheiro e embarcar na aventura de uma vida.” »

O comentário:
Estamos perante algo que penso que tenha bastante interesse, e que deveria ser feito por todos os jovens antes de seguirem o seu percursos escolar, mas principalmente o percurso profissional, a ideia é conhecer novas países, novas culturas, e fazer com que se cresça mentalmente e pessoalmente.
Penso que a maioria dos licenciados que todos os anos saem da faculdade, tem uma enorme vontade de conhecer o mundo, de ir a algumas das maiores cidades deste planeta, de conviver com povos diferentes de nós e de interagir com culturas as mais diversificadas possíveis.
Este objectivo, de conhecer o mundo, visa ter uma abertura o mais abrangente a nível pessoal, para conseguir se distinguir das pessoas, no entanto, devido a problemas de cariz económico, muitos poucos são os jovens que conseguem realizar, esta cada vez mais necessária necessidade, pois os recursos para se tirar um curso superior neste país, é cada vez mais alto, e apresenta infelizmente um incremento.
A nível pessoal, eu não tive a oportunidade de fazer esse Gap Year, nem no final do 12º Ano, nem após o meu curso superior, no entanto, tenho um enorme desejo de conhecer, essencialmente as grandes cidade mundiais, o que tenho feito é juntar algum dinheiro, para quando for possível esta situação, poder o fazer, pois penso que a minha forma de ver as coisas muda, e ganhamos novas competências e ficamos sensíveis para determinados problemas, que mesmo à partida nem sabíamos que existiam, ou que teríamos.
Genericamente, penso que a população ficou mais egoísta, pensando mais nela, menosprezando coisas como a partilha de informação, e essencialmente de vivências, menosprezando a juventude que opta por vias, de não começar a sua actividade profissional, logo após a conclusão da actividade académica, pensando que ao ver um gap de anos no seu currículo, que estão a ocultar uma actividade que exerceram, mas que não foi bem sucedida.
Cada vez mais, ao se olhar para a vida de uma pessoas, devemos ter a noção quão mais diversificada a mesma é, melhor serão as vivências da pessoas, e melhor profissional deve a mesma ser, como tal, um longo período académico pode demonstrar que a pessoa, pode ter outras actividade paralelas com a vida académica, e que por isso, teve que ir estudando, estas actividades podem não ser profissionais. Penso que é totalmente incorrecto, analisar um currículo à letra, penso que uma entrevista não deve ter o peso de uma decisão, os psicotécnicos também não, e a experiência muito menos, penso que uma pessoa vale pelos estudos, pelas vivências, mas acima de tudo pela sua personalidade e entrega a um projecto, mesmo que tenha poucos conhecimentos, com uma entrega, tudo se alcança.
Relativamente ao artigo transcrito, penso que a mentalidade portuguesa está muito atrasada, e não entende que as pessoas precisam após os estudos de ter um tempo de reflexão e de poderem sentir a sua vocação, no entanto, é extremamente compreensível que as condições de vida não abram oportunidade de fazer este tipo de paragem  de um ano, o mesmo, se aplica a quando uma pessoa, passa muito tempo num projecto, e no fim dele, precisa de uns meses ou mesmo 1 ano para poder, definir novos objectivos, novas metas, mas não consegue fazer, devido às responsabilidade familiares e sociais.
Pode-se ver essa mesma relevância, por exemplo, os artistas após uma novela, após um álbum, tem um período onde se escondem um pouco do publico, também para não cansar a sua imagem, mas para analisar o trabalho realizado até então, e poder definir novas metas e poder produzir mais e melhor.
Costumo dizer, que as férias não são somente para os períodos de verão, são essencialmente para serem usadas, quando nos sentimos cansados, e precisamos de por ideias no sitio, este tipo de paragens, tem que começar a ser levada a sério, pois o nosso nível de trabalho e exigências, na sociedade em que estamos inseridos é cada vez maior, e como tal, o risco também o é, e necessitamos de reflectir e de por metas e ideias no ar.
Parabéns ao autor do artigo, penso que fez um levantamento de bons exemplos, e mostra a relevância desta necessidade, podendo também estender a mesma, para os restantes grupos etários da população.

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