Inês é morta - origem



"Inês é morta" é uma expressão da língua portuguesa e significa "não adianta mais". Hoje em dia a frase é usada para expressar a inutilidade de certas ações.
Muitas vezes esta expressão completa é "Agora é tarde, Inês é morta", o que indica que é tarde demais para tomar alguma atitude a respeito de algo.

Inês é morta - origem

Inês de Castro era amante de D. Pedro, antes deste ser rei de Portugal. Ela era filha bastarda de um cavaleiro galego, e tinha irmãos partidários da reanexação de Portugal pelo Reino de Espanha. Inês de Castro era também uma das aias de D. Constança, esposa de D. Pedro. O romance entre a aia e o princípe se tornou bastante notório, e comentado por muita gente do povo, o que representava um desconforto para a coroa portuguesa. Por esse motivo, o rei D. Afonso IV ordenou o exílio de Inês de Castro, no castelo de Alburquerque, na fronteira castelhana. Mesmo assim, o romance entre os dois não esfriou, pois é sabido que se correspondiam com frequência.
Quando D. Constança, esposa de D. Pedro faleceu, D. Afonso IV e seus vassalos ficaram preocupados com a influência da galega na vida política do futuro rei. Contra a vontade do pai, D Pedro ordenou que Inês de Castro voltasse, e passaram a viver juntos. Isto representou uma grande afronta para o pai e rei. Temendo pela independência de Portugal, D. Afonso IV mandou matar Inês enquanto D. Pedro estava numa excursão de caça.

Inês de Castro
















Ao retornar, D. Pedro encontra sua amada Inês morta, o que causou um grande conflito no reino. Pai e filho entraram em guerra, que só foi solucionada com a intervenção da rainha mãe, D. Beatriz. Após a morte de D. Afonso IV, D. Pedro I é declarado o oitavo rei de Portugal. Depois de se tornar rei, D. Pedro I perseguiu e matou de forma cruel dois dos homens responsáveis pela morte da sua amada. Posteriormente, o rei afirmou que tinha casado secretamente com D. Inês de Castro, legitimando os três filhos que tinha tido com ela. D. Pedro I concedeu a Inês de Castro o título póstumo de rainha de Portugal, e com certeza gostaria de ter reinado com a amada do seu lado, mas isso não foi possível, porque "Inês é morta".

Inês é morta - Camões

A triste história de Inês de Castro ficou mais conhecida ao ser imortalizada por Camões no Canto III d' Os Lusíadas, uma das melhores e mais conhecidas obras literárias da língua portuguesa. Nesta passagem, Camões faz referência a Inês de Castro: "...Aconteceu da mísera e mesquinha, que depois de ser morta foi rainha...".

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