Giovanni Rossi - Um comune socialista

O italiano Giovanni Rossi tinha apenas 22 anos de idade quando publicou no ano de 1978 em Milão o livro Um Comune Socialista. Nessa publicação, ele já expunha as bases dos primeiros projetos de uma sociedade socialista denominada Poggio Al Mare.

Agrônomo, filósofo, poeta, cientista e jornalista, Rossi procurava um lugar no mundo para comprovar as suas idéias anarquistas e mostrar que a vida comunitária era uma coisa totalmente possível. Ele chegou a organizar uma colônia agrícola em Cremona, chamada Cittadella, na Itália. Mas foi a partir de um encontro com o compositor Carlos Gomes, que estudava na Itália, que surgiu a possibilidade de se montar a colônia anarquista no Brasil.

A partir daí, Rossi procurou através do músico obter de d. Pedro II o patrocínio de seu intento e assim nascia a Colônia Cecília, no município de Palmeira. O anarquista acreditava numa forma de vida sem poder constituído e no casamento poliândrico, sem a estrutura patriarcal. Segundo alguns pesquisadores, na Colônia Cecília ele se uniu publicamente a um casal, que posteriormente incorporou ainda um jovem solteiro. Mas essa era uma prática isolada na Colônia, já que não era copiada pelos outros casais.

Quando a experiência anarquista dissolveu, Giovanni Rossi foi para Santa Catarina, onde trabalhou com Blumenau, no projeto de colonização do Vale do Itajaí. Depois, atuou como professor e diretor de um estabelecimento escolar ligado ao ensino agrícola.

Entre a realidade e a ficção

- Pesquisa recentes apontam que o propagado encontro de Giovanni Rossi com dom Pedro II, em Milão, no ano de 1888, é pura fantasia.
- Alguns livros dizem que anarquista teria mantido contato apenas com Carlos Gomes, que era aluno do seu tio Lauro Rossi, embora Ebe Rossi, filha de Giovanni, tenha negado qualquer parentesco com o professor.
- Para muitas pessoas, a Colônia Cecília serviu para projetar fantasias eróticas, uma vez que viam ali um modelo de liberalidade sexual - imagem o que não corresponde à verdade.
- A experiência do casamento poliândrico foi isolada e se resumiu apenas a Rossi, um casal e um rapaz solteiro. O anarquista acreditava nessa relação não como lascívia, mas como experiência coletiva. Ao desfazer a paternidade, os filhos seriam da comunidade.
- A casa do amor era um local na Colônia Cecília onde os italianos se reuniam para discutir todas as questões de interesse da coletividade.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

10 tipos mais conhecidos de tortura utilizados durante o Regime Militar

Boa Sorte, Merda ou Quebre a Perna?

Barquinho pop-pop